A diferença que nos cultiva

 

Ao longo da vida acabamos por nos cruzar com pessoas de todos os tipos...

 

Umas tecem-nos críticas, outras elogiam-nos...

E acabamos estupidamente por concluir que aquelas que nos criticam querem-nos mais do que aquelas que se restringem a cospir elogios para o ar...

 

As críticas surgem, maioritariamente, na tentativa de nos impulsionar ao alcance significativo do nosso self real para o dito self ideal... São seres que criticam por simplesmente terem a nítida perceção de que conseguimos ser muitos mais do que aquilo que aparentamos ser num dado momento, num mero lugar restrito, num gesto banal, que acaba por transparecer algo deveras inferior às nossas reais potencialidades...

Mas atenção! Criticar também pode ser um meio fácil (e confortável) de exigir a alguém aquilo que sabemos não possuir e ser inalcançável...

 

Outras pessoas, por outro lado, elogiam na tentativa de serem agradáveis, ou porque pretendem algo que, não recorrendo a palavras bonitas, dificilmente atingem... Muitas vezes, apenas visualizam aquilo que os olhos mostram, numa distância tão curta que ficam limitadas ao que está para lá daquela imagem, daquele corpo, daquela aparência... 

 

Fico feliz por me cruzar com todo o tipo de pessoas. Vou apreendendo, de forma peculiar, aquilo a que o mundo está circunscrito...

 

E do que se trata quando se pretende encontrar alguém "interessante"?

O interesse recai na beleza, na inteligência, na disponibilidade, na educação, na amabilidade, na fieldade?

Antes estipulava que, além da aparência de alguém, teria de vir aliada alguma estimulação intelectual...

 

Bem, hoje concluo que pode ser interessante aquele que me dá um pouco de si, por mais ínfimo que possa parecer numa primeira instância. Pode ser alguém que, genuinamente, se preocupa comigo... Alguém que É exatamente AQUILO que MOSTRA SER!

 

Com o tempo vou aprendendo que alguém pode ser interessante simplemente por acarretar outra forma de ser bem distinta da minha, pois aprendo formas diferentes de lidar com as situações, formas diferentes de pensamento, coisas que podem chocar com os meus ideais, mas que começo a incorporar no reservatório dos conhecimentos, das experiências e maneiras de ser dos seres planetários.

 

Há pessoas que dizem coisas sapientes e ficamos admiradas pelas suas próprias palavras, cativam-nos e alimentamo-nos dos seus conselhos...

Outras mostram-nos mecanismos práticos do dia-a-dia, coisas curriqueiras e consideradas antes como desinteressantes, mas que nos podem ser bastante úteis numa situação quotidiana...

O saber uma matéria profundamente pode-nos cultivar intelectualmente, mas limitar-nos no confronto com o real, o prático, o quotidiano...

 

Bem, antes pensava que não seria capaz de conviver com pessoas de todos os tipos. 

Claro que se chega à conclusão que é uma capacidade que se adota naturalmente, pois se não soubermos lidar com um médico ou com um simples varredor de rua, não sabemos viver em sociedade...

Se não soubermos lidar com a inveja e a falta de caráter, não sabemos qual o nosso poder interiorquais as nossas próprias crenças limitativas...

 

Obrigada, mundo, por me dares a conhecer todo o tipo de pessoas! Hoje olho em redor e vejo pessoas tão diferentes que, no fundo, acabam por ser igualmente produtoras de um crescimento e maturidade individuais.

É por isso que, atualmente, sou aquilo que sou e gosto de ser... Alguém com uma multiplicidade de comportamentos, flexibilidade de atitudes e idiossincrasia de caráter!

 

 

Rita B. Rocha


 

A diferença que nos cultiva

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